quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O VOTO “NÃO”

Com essa tragicomédia de péssimo gosto que chamam (num paroxismo de hipocrisia) de “festa da democracia”,
o que resta é a certeza de que vamos - todos - votar no menos ruim.

Li, não me lembro mais onde, uma proposta singela: deveríamos ter a opção de votar “Não”.

Considerando que votos nulos e brancos, pela esperta legislação, só servem para engordar o vencedor, se pudéssemos votar “Não”, cada voto seria descontado do total dos candidatos. Caso nenhum candidato alcançasse um percentual mínimo de votos, eles seriam trocados e nova eleição ocorreria.

O que, considerando o panorama da política brasileira, nos empurraria para uns dez anos de eleições consecutivas.
E, certamente, teríamos somente uma renovação da bandalheira uma vez que a classe política sofre de mau caratismo endêmico.
Mas, ainda que utópica, poderia ser uma oportunidade do eleitor demonstrar suas reais convicções.

Uma grande frase que define o lamaçal em que estamos atolados, ouvi outro dia de um senhor de 75 anos: “Vou votar no Aécio. Prefiro o PSDB porque eles tem know-how para roubar, sabem esconder direitinho e a gente fica menos indignado.”

Essa é a apavorante realidade que vivemos.

6 comentários:

  1. Na questão posta sobre ter 'know-how' para roubar, acho também, que é bem próxima da realidade brasileira. Todavia, o certo mesmo é que se trata, na realidade, de vocação pura para tanto. Aí, deparamo-nos com excelentes profissionais, né não? Abraço again. DuduGouvêa

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    1. Profissionais que se especializam a cada 15 minutos...
      Abs.

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  2. Muito boa a ideia do voto "Não". Outra alternativa seria o "recall vote", ou seja, uma votação para tirar a pessoa do cargo para o qual foi eleita.

    Mas como você mesmo disse, Tiago, adiantaria? Não seria só uma "renovação da bandalheira"?

    Uma prima minha costumava dizer, quanto a isto: "Mudam as moscas, mas a merda continua a mesma".

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    1. É mesmo desanimador.
      E o pior: a merda não continua a mesma. Ela aumenta a cada dia.
      Abs.

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  3. A impunidade explica o atual estado de coisas. Considerando que as oportunidades são fartas no meio político, e que elas é que fazem o ladrão, uma simples troca de nomes não gera o fim do assalto, mas tão somente uma mudança de beneficiários.
    Vitor Lemos

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    1. Sei não. Acho que as coisas chegaram ao ponto do ladrão fazer a oportunidade, tão fácil que está. Ou, tão claro que está. Porque bandalheira, estamos cansados de saber, nunca deixou de haver.

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