quarta-feira, 4 de agosto de 2010

CINEMA SONGS

Terça braba, dez da noite, poker relaxante, rádio ligado, começa um programa que eu nunca tinha ouvido nem falar: Cinema Songs.
Apresentado pelo Bob Tostes – pra quem é de BH não precisa apresentação – e, provavelmente, para muitos que não são, também.

O cidadão conta histórias relacionando música e cinema (dããã) e o programa de hoje foi sobre poesia no cinema. Muito ducacete!

Falou sobre vários poemas que envolveram filmes diversos e, pra mim, a grande surpresa foi saber que o ubíquo Quatro Casamentos e um Funeral (em cartaz quase toda semana nos canais 43, 44, 57, 65, 80 e 81) tem um poema que é um exemplo de simplicidade e conseqüente beleza:

He was my north, south, east and west
My working week and my Sunday rest.

Em tempo:
1. Essa estrofe é um trecho do poema "Funeral Blues" de W.H. Auden.
2. A rádio é a Guarani-FM de BH. Deve ter como escutar na internet.

Um comentário:

  1. Oi Tiago

    O Funeral Blues conseguiu dar beleza à mais profunda das dores: a morte de um ente querido. E merece ser citado por inteiro:

    "Pare os relógios, cale o telefone
    Evite o latido do cão com um osso
    Emudeça o piano e que o tambor surdo anuncie
    a vinda do caixão, seguido pelo cortejo.
    Que os aviões voem em círculos, gemendo
    e que escrevam no céu o anúncio: ele morreu.
    Ponham laços pretos nos pescoços brancos das pombas de rua
    e que guardas de trânsito usem finas luvas de breu.
    Ele era meu Norte, meu Sul, meu Leste e Oeste
    Meus dias úteis, meus finais-de-semana,
    meu meio-dia, meia-noite, minha fala e meu canto.
    Eu pensava que o amor era eterno; estava errado
    As estrelas não são mais necessárias; apague-as uma por uma
    Guarde a lua, desmonte o sol
    Despeje o mar e livre-se da floresta
    pois nada mais poderá ser bom como antes era."

    É o que se pode dizer a alguém num velório, ao invés do inócuo "não tenho palavras".

    aBIRAços

    ResponderExcluir